Pastor Evangélico Indiciado por Abusos Sexuais Contra Sete Mulheres em BH
Líder religioso é alvo de inquérito por crimes que teriam ocorrido por 20 anos dentro de igreja na Região Nordeste de Belo Horizonte.
- Categoria: Minas Gerais
- Publicação: 10/11/2025 14:25
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) indiciou um pastor evangélico de 51 anos, cuja identidade não foi revelada, pela prática de crimes de natureza sexual contra, pelo menos, sete mulheres. Os abusos e estupros teriam sido cometidos ao longo de duas décadas no interior de uma igreja localizada no bairro Jardim Vitória, na Região Nordeste da capital mineira. O inquérito policial foi concluído, mas o pedido de prisão preventiva do suspeito foi negado pela Justiça.
A delegada Larissa Mascotte, responsável pelo caso, detalhou os fatos durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (20). Segundo a investigação, o pastor utilizava sua posição de liderança e autoridade religiosa para coagir, manipular e atacar as vítimas dentro do templo.
O Indiciamento e as Acusações
O inquérito policial da PCMG resultou no indiciamento do pastor por diversos crimes sexuais. As acusações formalizadas incluem estupro (em seis ocasiões), violação sexual mediante fraude (cinco vezes) e importunação sexual (duas vezes). O suspeito optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento à Polícia Civil, alegando problemas de saúde.
Apesar da gravidade das acusações e da conclusão do inquérito, a Justiça de Minas Gerais não acatou o pedido de prisão preventiva solicitado pela equipe de investigação. O Tribunal de Justiça aguarda o posicionamento oficial referente à decisão judicial.
Modus Operandi e Manipulação Religiosa
Conforme os relatos coletados pela Polícia Civil, o modus operandi do pastor evangélico era sistemático. Ele levava as vítimas para um andar superior da igreja sob o pretexto de discutir a "experiência com Deus" das fiéis. No local, ele iniciava os ataques.
O líder religioso empregava intensa manipulação religiosa para silenciar e persuadir as mulheres. De acordo com os depoimentos, ele afirmava que suas ações eram "conduzidas pelo Espírito Santo" e exigia que as vítimas demonstrassem "amor e respeito à liderança". Uma das vítimas relatou que o abuso começou quando ela tinha apenas 16 anos. Outra vítima teria sofrido carícias abusivas aos 12 anos de idade.
Tática de Difamação e Coação
A delegada Larissa Mascotte explicou que, após cometer os crimes, o suspeito iniciava uma tática de difamação e coação psicológica contra as vítimas. O objetivo era desacreditá-las, caso decidissem denunciar os abusos sexuais.
"A ideia era que, caso alguma contasse o que estava acontecendo, ele já havia espalhado algo negativo sobre elas, dizendo que se tratava de uma pessoa louca, que havia se perdido no mundo, se afastado de Deus, e assim, conseguia ficar impune," detalhou a delegada. As ameaças e o constrangimento continuaram por anos, com o pastor evangélico chegando a usar favores, como o pagamento de um curso técnico, para manter o silêncio das vítimas.
Próximos Passos na Justiça
As investigações do caso de abuso sexual foram iniciadas no começo do ano, após a primeira denúncia, que encorajou outras mulheres a testemunharem. O Ministério Público deverá analisar o inquérito e as provas reunidas pela Polícia Civil para decidir sobre a formalização da denúncia criminal contra o pastor evangélico indiciado. A tramitação do processo e o eventual julgamento do réu darão seguimento ao caso na esfera judicial, que definirá as penalidades legais cabíveis.
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