O número de brasileiros que desistiram de importar produtos do exterior alcançou um recorde em 2025, em meio à implementação da chamada “taxa das blusinhas”. Segundo dados coletados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Nexus, a parcela de consumidores que deixou de comprar no exterior subiu de 13% em 2024 para 38% neste ano.

A retração está ligada à taxação federal de 20% sobre encomendas internacionais de até US$ 50, que chega a 60% em produtos de maior valor. O ICMS estadual também tem sido apontado como fator adicional, com impacto crescente no bolso do consumidor, influenciando a decisão de não importar. Entre os grupos mais afetados estão pessoas com ensino superior (51%), jovens entre 16 e 40 anos (46%) e aqueles com renda superior a cinco salários mínimos (45%).

Diante da redução nas importações, o mercado nacional apresentou crescimento. A proporção de consumidores que passou a comprar produtos com entrega no Brasil subiu de 22% para 32%, enquanto as lojas físicas registraram aumento de 13% para 14%. Ao mesmo tempo, a desistência total das compras internacionais caiu de 58% para 42%.

Especialistas ressaltam que a taxação permanece em debate no Congresso Nacional, com projetos de lei que propõem tanto a revogação quanto a ampliação de isenções. Apesar disso, o governo federal mantém a política vigente, mesmo com o impacto negativo registrado nos serviços de logística, como os Correios.

A expectativa é que o redirecionamento da demanda continue beneficiando o comércio nacional, enquanto eventuais mudanças legislativas podem alterar o cenário das importações nos próximos meses.

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