A chef de cozinha Paloma Alves Moura, de 46 anos, faleceu no Hospital do Tricentenário, em Bairro Novo, Olinda, após aguardar por atendimento médico por cerca de dez horas. A unidade de saúde é uma Organização Social (OSS) sob gestão da congregação Unidade da Santa Cruz.

Familiares e amigos alegam que houve negligência por parte da equipe de plantão, que teria demorado no atendimento por suspeitar que a mulher havia realizado um aborto. No entanto, segundo os relatos, a paciente não estava grávida e apresentava sintomas relacionados à endometriose.

O ocorrido foi em 8 de outubro. Paloma foi levada ao hospital pela filha, Maria Clara, dando entrada por volta das 8h e tem gerado repercussão e comoção na internet recentemente. Na unidade, ela foi encaminhada à maternidade, onde foram solicitados um hemograma e um teste de gravidez (Beta HCG). O falecimento foi registrado às 18h.

A certidão de óbito lista diversas causas para o óbito, incluindo: anemia crônica agudizada; adenomiose (crescimento do endométrio na parede muscular do útero); leiomiomatose uterina (tumor benigno no útero); infarto hemorrágico ovariano unilateral; e cardiopatia dilatada.

A Polícia Civil informou que registrou o caso na última sexta-feira (17) e abriu um inquérito policial, conduzido pela 7ª Delegacia de Olinda, em Santa Tereza, para investigar os fatos.

Casos como esse causam reflexão acerca do descaso em relação à saúde da mulher, e à ética na medicina, afinal, por algo que nem havia acontecido, a vida de Paloma foi perdida. Mesmo que fosse o caso de ela ter realizado o procedimento de interrupção de gravidez, não justificaria a demora em seu atendimento.

fonte- G1