O jornalista Mino Carta faleceu nesta terça-feira (2), em São Paulo, aos 91 anos. Fundador e diretor de redação da Carta Capital, ele enfrentava problemas de saúde e vinha passando por internações frequentes, conforme informou a própria publicação.

Nascido em Gênova, na Itália, Mino chegou ao Brasil aos 13 anos, logo após a Segunda Guerra Mundial. Sua trajetória profissional marcou a imprensa nacional: iniciou na revista Quatro Rodas, mesmo sem dirigir ou conhecer de automóveis, como gostava de brincar. Mais tarde, esteve à frente de alguns dos principais títulos do país: lançou a revista Veja em 1968, a IstoÉ em 1976 e, em 1994, fundou a Carta Capital.

Ao longo da carreira, também dirigiu o Jornal da Tarde e o Jornal da República, sempre mantendo o espírito crítico e a defesa da democracia. Durante o regime militar, suas publicações se destacaram por denunciar abusos de poder e dar espaço às vozes que pediam liberdade.

Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a perda do amigo. Em nota, declarou ter recebido a notícia com “profunda tristeza” e ressaltou a importância de Mino para a história do jornalismo brasileiro e para a formação de gerações de profissionais. Lula relembrou ainda que, em 1978, ganhou sua primeira capa de revista na IstoÉ, sob direção de Mino Carta.

“Ele soube registrar as mudanças do Brasil sem abrir mão da independência. Foi um humanista, corajoso e comprometido com um país mais justo. Se hoje vivemos uma democracia sólida, devemos muito ao trabalho que realizou”, afirmou o presidente.

Lula decretou três dias de luto oficial no país em homenagem ao jornalista.

Mino deixa a filha Manuela, familiares e inúmeros amigos, além de um legado marcado pela coragem, pela crítica e pelo compromisso com a liberdade de expressão.