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Fiemg integra missão nos EUA para discutir impactos do tarifaço

Delegação liderada pela CNI busca apoio de empresários americanos em defesa do setor industrial brasileiro
  • Categoria: Minas Gerais
  • Publicação: 02/09/2025 11:37
  • Autor: Redação

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) realiza, nesta semana, uma missão empresarial em Washington, nos Estados Unidos, com o objetivo de discutir os efeitos do chamado tarifaço sobre a cadeia industrial brasileira. Entre os integrantes da delegação está o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe.

Segundo Roscoe, a estratégia principal é dialogar diretamente com empresários americanos para sensibilizá-los sobre os impactos das medidas. “Não estamos com tanto foco na área pública, porque é o privado lá que pode fazer pressão sobre o governo americano para que a gente consiga flexibilizar alguns produtos”, afirmou em entrevista à 98 News.

Impactos no comércio

O presidente da Fiemg destacou que a pressão exercida apenas por entidades brasileiras não tem gerado resultados significativos. Para ele, os segmentos mais afetados são aqueles em que o Brasil tem alta participação nas importações dos Estados Unidos.
“Aqueles setores em que o Brasil representa 30% a 40% das compras americanas são os mais propensos a sensibilizar o setor privado local. Não é só volume, é representatividade”, explicou.

Audiência pública e Seção 301

A missão ocorre nesta quarta-feira (3) e quinta-feira (4), em paralelo à audiência pública da investigação aberta contra o Brasil no âmbito da Seção 301, mecanismo de defesa comercial dos EUA.
De acordo com Roscoe, a CNI contratou um escritório jurídico em Washington para auxiliar na defesa brasileira. “A comitiva também vai apresentar argumentos e elementos no processo do 301, em reuniões com os investigadores”, disse.

Repercussão no Brasil

Durante recente encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Belo Horizonte, Roscoe afirmou ter reforçado a necessidade de maior agilidade na análise de processos antidumping. Segundo ele, o governo federal reconheceu o problema, e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) informou que está reforçando sua equipe técnica, mas ainda com prazos considerados insuficientes.

“O foco da missão é tratar da crise aguda que nós estamos enfrentando e desenvolver estratégias conjuntas, tanto do lado privado brasileiro quanto do americano. Ao mesmo tempo, isso ajuda a estreitar as relações comerciais”, concluiu Roscoe.

Próximos passos

A expectativa é que, após as reuniões em Washington, as entidades empresariais brasileiras consigam ampliar o diálogo com companhias norte-americanas e criar uma frente de pressão junto ao governo dos Estados Unidos. A CNI e a Fiemg devem divulgar um relatório com os resultados da missão nos próximos dias.


CONFIRA A ENTREVISTA DA 98 NEWS