A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) permanece detida em Roma desde terça-feira (29), enquanto a Justiça italiana analisa o pedido de extradição feito pelo Brasil. A parlamentar foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por crimes envolvendo invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), uso de documentos falsos e falsificação de mandados de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Ela deixou o país em maio após a condenação e se refugiu em território italiano, onde possui dupla cidadania.

A solicitação formal de extradição já foi encaminhada ao governo italiano, que, conforme o tratado firmado entre os dois países, tem autonomia para aceitar ou recusar a extradição de seu próprio cidadão. Nesse caso, pode optar por processá-la na Itália ou conceder liberdade cautelar enquanto avalia a solicitação.

A defesa da parlamentar afirma que Zambelli é vítima de perseguição política e afirma ter buscado refúgio na Itália convencida de estar protegida por sua condição de cidadã europeia. Alega ainda que os depoimentos do hacker Walter Delgatti — já condenado pelo mesmo caso — são inconsistentes e não sustentam a acusação .

A extradição, se aceita, será decidida nas cortes italianas após análise técnica. Especialistas alertam que o processo pode demorar meses ou até anos, como ocorreu em casos semelhantes no passado, como o do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.

No momento, a deputada encontra-se presa em uma delegacia romana e deverá permanecer em custódia até que a Justiça local decida os próximos passos — seja uma possível extradição, prisão preventiva ou liberdade provisória.

🧾 Resumo:

• Zambelli está detida na Itália desde 29 de julho;

• Condenada a 10 anos de prisão no Brasil por invasão ao CNJ;

• Itália pode aceitar ou negar a extradição;

• Defesa alega perseguição e questiona provas;

• Processo pode levar tempo, com possibilidade de julgamento italiano.