Câmara de BH aprova internação involuntária de usuários de drogas em primeiro turno
- Categoria: Minas Gerais
- Publicação: 10/10/2025 09:12
- Autor: redação
A Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou, em primeiro turno, o projeto de lei que autoriza a internação involuntária de pessoas em situação de rua que fazem uso de drogas. A proposta, de autoria do vereador Braulio Lara (Novo), prevê que o procedimento seja realizado em casos em que houver risco à integridade física do dependente ou de terceiros.
Durante a votação, o governo municipal liberou a base, sem orientação de voto, e anunciou que deve apresentar um substitutivo para o segundo turno, com ajustes no texto. O líder do Executivo na Câmara, Bruno Miranda (PDT), afirmou que a proposta, da forma como está, apresenta inconstitucionalidades.
O projeto gerou forte debate entre os vereadores e manifestações nas galerias da Casa. Entidades de direitos humanos criticaram a medida, alegando que a internação forçada fere princípios constitucionais de liberdade e autonomia individual. Já o autor da proposta argumenta que a iniciativa busca oferecer tratamento a quem vive em vulnerabilidade e não tem condições de custear atendimento médico especializado.
Se aprovada em segundo turno, a matéria segue para sanção ou veto do prefeito Fuad Noman.
Em âmbito nacional, projetos semelhantes ao aprovado em Belo Horizonte têm sido debatidos ou implementados em outras capitais e estados, geralmente com forte polarização entre autoridades de saúde pública e defensores dos direitos humanos.
O tema ganhou força desde 2019, quando o governo federal sancionou uma lei que permite a **internação involuntária de dependentes químicos** por decisão médica, mesmo sem consentimento do paciente, desde que haja solicitação da família ou de servidores públicos da saúde e assistência social. Essa medida abriu espaço para legislações municipais e estaduais criarem suas próprias regras, o que explica iniciativas como a de BH.
Em **São Paulo**, a prefeitura tem realizado ações semelhantes desde 2023 na região da Cracolândia, sob justificativa de tratar dependentes e reduzir a criminalidade, o que gerou críticas de organizações civis e do Ministério Público. Já **no Rio de Janeiro**, projetos de internação compulsória enfrentam resistência de defensores de direitos humanos, que apontam violações à liberdade individual e falta de estrutura adequada para tratamento.
O debate, portanto, se repete em todo o país: de um lado, autoridades que defendem a internação como forma de resgatar vidas e reinserir dependentes na sociedade; de outro, juristas e especialistas que alertam para riscos de abuso e inconstitucionalidade, reforçando a necessidade de políticas públicas de saúde baseadas na autonomia e no cuidado continuado.
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