Brasília, 27 de agosto de 2025 — Nesta quarta-feira, o governo oficializou o lançamento da TV 3.0, uma nova geração tecnológica para a transmissão de televisão aberta e gratuita no país. A cerimônia ocorreu no Palácio do Planalto e contou com a assinatura de um decreto presidencial que estabelece o padrão técnico e define um plano de transição das emissões tradicionais para esse modelo mais integrado e interativo.

A tecnologia combina o sinal tradicional de transmissão com a conectividade à internet (broadband), permitindo que o espectador tenha uma experiência mais rica e dinâmica. Entre os principais destaques estão uma qualidade de imagem superior (potencial para 4K ou até 8K), som imersivo, navegação por aplicativos e funcionalidades inovadoras — como interatividade em tempo real, votações ao vivo, alertas emergenciais, conteúdos sob demanda e até compras via controle remoto. Esses recursos prometem transformar a forma como o público consome conteúdo televisivo e oferecer novas fontes de receita para as emissoras.

A adoção do sistema técnico ATSC 3.0 foi recomendada pelo Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) e formalizada pelo decreto. A implantação será feita de forma gradual, começando pelas grandes capitais, em um processo similar ao que ocorreu na transição para a TV digital. A expectativa é que a nova tecnologia esteja disponível para uma parte significativa da população já durante a Copa do Mundo de 2026, com um cronograma de transição que pode levar entre 10 e 15 anos. Quem ainda não possui um aparelho compatível poderá utilizar um conversor.

Um diferencial importante da TV 3.0 é a interface baseada em aplicativos. A TV aberta voltará a ter destaque na tela inicial — agora com ícones que remetem aos canais — em vez de estar escondida em listas. A proposta mantém o zapping rápido entre canais, preservando hábitos dos telespectadores, mas com acesso a uma plataforma mais moderna, interativa e personalizada.

Especialistas apontam que esta tecnologia pode reverter a queda da relevância da televisão aberta, ameaçada pelo avanço dos serviços de streaming. Ao reocupar espaço estratégico na interface das TVs e nos controles remotos, a TV 3.0 ressuscita a visibilidade do conteúdo gratuito no ambiente dos smart TVs, especialmente em lares de maior renda, onde o acesso à internet é comum e os serviços streaming dominam a primeira tela.

Além dos conteúdos privados, a nova tecnologia também favorece a comunicação pública: será criada uma Plataforma Comum de Comunicação Pública, integrando canais da União e ofertando serviços de governo digital diretamente pela tela da TV — inclusive em locais sem sinal de antena, desde que haja conexão com a internet. Essa medida impulsiona a inclusão digital e fortalece a integração entre Estado e cidadão.

Resumo dos principais pontos

• Modelo híbrido broadcast + broadband, com som e imagem de alta qualidade e recursos interativos.

• Interface por aplicativos, com destaque para canais abertos e navegação intuitiva.

• Cronograma gradual de implantação: início em 2025 e previsão de chegada a muitos lares durante a Copa de 2026, com migração completa em até 15 anos.

• Inclusão de conteúdos e serviços públicos, além da programação tradicional, via conexão à internet.

• Possível retomada da relevância da TV aberta, concorrendo de forma mais eficaz com plataformas de streaming.