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População brasileira começará a diminuir em 2042, diz IBGE

  • Categoria: NACIONAL
  • Publicação: 22/08/2024 11:43
  • Autor: Redação
A partir de 2042, a população brasileira começará a diminuir, de acordo com projeções divulgadas nesta quinta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Brasil deve alcançar seu pico populacional em 2041, com uma estimativa de 220,43 milhões de habitantes.

O IBGE prevê que a taxa de crescimento populacional, estimada em cerca de 0,4% para 2024, diminuirá gradualmente até 2041. Após isso, a taxa de declínio também será progressiva, aproximando-se de 0,7% ao ano em 2070, quando a população total deverá ser de 199,23 milhões.

Segundo o pesquisador do IBGE Marcio Minamiguchi, "No início dos anos 2000, a taxa de crescimento era superior a 1%. Agora, estamos nos aproximando de um crescimento quase nulo. No Brasil, isso se deve principalmente ao saldo entre nascimentos e mortes. Em 2042, a quantidade de óbitos deverá superar a de nascimentos."

Nesta década, três estados já deverão começar a observar uma diminuição populacional: Alagoas e Rio Grande do Sul a partir de 2027, e Rio de Janeiro em 2028. Roraima e Santa Catarina devem continuar a crescer até a década de 2060, com Santa Catarina mantendo essa tendência até 2063. A população de Mato Grosso deverá continuar a crescer pelo menos até 2070, data além da qual o IBGE não projeta.

As novas projeções substituem as estimativas anteriores de 2020, que previam uma queda populacional apenas a partir de 2048, após o pico de 233,23 milhões em 2047 – quase 13 milhões a mais e seis anos mais tarde do que as novas previsões.

Essas projeções se baseiam nas revisões das estimativas populacionais realizadas pelo IBGE, que utilizam dados dos Censos de 2000, 2010 e 2022, bem como da Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo (PPE) e registros de nascimento, mortes e migração pós-pandemia.

A população brasileira foi estimada em 210.862.983 em 1º de julho de 2022, um ajuste de 3,9% em relação aos 203 milhões inicialmente calculados pelo Censo 2022.

De acordo com Minamiguchi, a redução na população está relacionada à queda na taxa de fecundidade das mulheres brasileiras. Em 2023, essa taxa foi de 1,57 filho por mulher, bem abaixo do nível de reposição populacional de 2,1 filhos por mulher. Em 2000, a taxa era de 2,32 filhos por mulher, indicando crescimento populacional. Essa taxa caiu para 1,95 em 2005, 1,75 em 2010, 1,82 em 2015 e 1,66 em 2020.

Em 2000, apenas a região Sudeste tinha uma taxa de fecundidade abaixo da taxa de reposição, com 2,06 filhos por mulher. Em 2015, a região Norte era a única com taxa acima da reposição, com 2,16 filhos por mulher. Em 2020, nenhuma região mantinha taxa superior a 2,1 filhos por mulher.

Marla França, pesquisadora do IBGE, destaca que "a queda na fecundidade tem um histórico mais longo, intensificando-se a partir da metade da década de 1960. Em 1960, a taxa era de 6,28 filhos por mulher."

Atualmente, apenas Roraima apresenta uma taxa de fecundidade acima do nível de reposição, com 2,26 filhos por mulher em 2023. O Rio de Janeiro possui a menor taxa, de 1,39 filhos por mulher. A previsão é que a taxa de fecundidade continue a diminuir até 2041, atingindo 1,44 filho por mulher, e depois suba ligeiramente até 1,5 em 2070.

O número de nascimentos anuais, que era de 3,6 milhões em 2000, caiu para 2,6 milhões em 2022 e deve chegar a 1,5 milhão em 2070.

Além disso, as novas projeções do IBGE indicam um aumento na idade média da maternidade. Em 2000, as mulheres tinham filhos com uma média de 25,3 anos, aumentando para 27,7 anos em 2020. A previsão é que essa idade média alcance 31,3 anos em 2070. Luciene Longo, pesquisadora do IBGE, observa que "a fecundidade está envelhecendo, com a maioria das mulheres tendo filhos entre 25 e 29 anos, devido ao adiamento da maternidade."